Victorine Charitè Dança - 3º ano
Player : Paula Mensagens : 8 Data de inscrição : 28/06/2009
| Assunto: CHARITÈ, Victorine Remmy Sex Jul 17, 2009 10:37 pm | |
| OFF Nome do Player: Paula Idade: 15 anos (praticamente) Cidade: Floripa Já jogou fórum de RPG? (X)sim ( )nãoON
Caractère Nome Completo do Personagem: Victorine Remmy Charitè Data de Nadcimento: 27/09/1965 Nascionalidade: Francesa. Nasceu e cresceu em Les Mureaux, no subúrbio de Paris.
Photoplayer/Avatar: Elizabeth Harnois
Famille Nome do Pai: Marc le Ville Nome da Mãe: Marcele Charitè Irmãos: -
École Ano na AAM: 3º Curso: Dança Específica: Clássica Qualificaté Atributos:
• Criatividade - 1 • Inteligência - 4 • Agilidade - 4 • Destreza - 5 • Lógica - 4 História
Victorine fechou os olhos e alcançou a ponta dos pés sem dificuldade, sentindo com prazer o corpo de alongar e esquentar e logo estava em pé, praticando ao som da música. Estar fazendo os movimentos que tanto gostava, que fazia com naturalidade, dava uma sensação maravilhosa. Era como se passasse o dia inteiro com tudo fervilhando na cabeça e quando ela começava... Era como se o mundo ficasse silencioso.
Não sabia o que teria feito se não conseguisse convencer a mãe de que a Academie era a melhor opção para o seu futuro. Marcele só queria o melhor para ela, é claro, queria que a filha tivesse um futuro e as oportunidades que ela mesma não teve, o problema é que isso para a mãe significava ser uma advogada, uma médica... Não foi exatamente fácil convencê-la que aos dezessete anos o que ela queria não era continuar os estudos e procurar um emprego, mas sim entrar na melhor escola de artes e poder fazer o que ela amava e a mãe considerava um hobbie sem grande importância: dançar.
Sempre haviam sido apenas as duas. Era filha única e o pai abandonara a mãe quando descobriram da gravidez, ambos eram jovens. A mãe era, para a garota, simplesmente a pessoa mais forte do mundo. Exageros a parte, realmente não é trabalho fácil criar uma criança sozinha, trabalhar e lidar com os cochichos de uma cidade pequena, que consideravam uma mãe sozinha um ultraje, mas ela o fez e muito bem. Nunca negou nada a Vee, e se isso significasse ter que arranjar mais um trabalho, ela o faria sem reclamar.
Fazia de tudo para deixar a mãe orgulhosa, era estudiosa e aplicada, fazia merecer o que a mãe lhe dava com esforço, fazia merecer as aulas de ballet que na qual foi matriculada com uns seis anos de idade em troca de algumas noites sem a mãe, enquanto ela trabalhava. Aquilo se tornou uma necessidade, precisava estar ali seguindo o ritmo com passos leves. Nunca teve problemas na escola, fez vários amigos, mas nenhum com grande proximidade, tirava notas altas e ficava quieta no próprio canto, mas a escola não era sua prioridade, fazia apenas para satisfazer a mãe. Finalmente voltava ao estúdio e tudo estava em paz de novo.
Deixou a mãe com lágrimas nos olhos quando finalmente foi aceita; não sabia como deixá-la sozinha depois de dezessete anos de companheirismo, mas seguiu em frente para o seu sonho. A escola era perfeita, o estúdio era grande, seu quarto era ótimo, sua colega de quarto era legal e os professores pareciam ser ótimos, mas nem tudo foi um mar de rosas.
O primeiro dia, que, supostamente, deveria ser o dia perfeito, o prelúdio de tempos perfeitos em uma escola perfeita. É. Na teoria. Na prática, foi simplesmente terrível. Quando ela mais precisava dar o melhor de si não conseguia se concentrar, caiu mais de uma vez e ficou completamente perdida enquanto as outras garotas dançavam perfeitamente, do mesmo jeito que ela mesma já tinha feito quando tinha a cabeça no lugar. Saiu do estúdio desesperada, a expressão no rosto da professora ao vê-la cair pela enésima vez simplesmente não saía da sua cabeça, seria cômico se não fosse trágico.
Procurou um local vazio para desabar antes que começasse a soluçar de verdade, uma árvore cercada de bancos, aparentemente deserta. Mais um erro para um dia terrível. Largou suas coisas no chão, o coque já tinha há muito sido desfeito, mas ainda estava com a roupa e a sapatilha de ponta, e começou a soluçar. Se imaginava sendo expulsa por não ter o talento necessário, imaginou a expressão no rosto da mãe quando a visse retornar de mãos vazias, todos os seus sonhos indo para o ralo depois de tanto esforço.
Tinha certeza que continuaria no momento-depressão por mais um bom tempo se não tivesse ouvido um pigarreio irritado de um dos lados do banco que não tinha visto antes. Um garoto, provavelmente da sua idade a fitava com uma expressão não muito amigável no rosto bonito, um bloco e um pedaço de carvão nas mãos deixavam claro que ela tinha interrompido sua paz.
- Qual é o problema? É proibido chorar no seu dormitório?
Ficou tão chocada que nem reparou que as lágrimas tinham parado de cair. Não se lembrava de ninguém que tivesse falado com ela daquele jeito.
- N-Não, é só que... Não é nada como eu achei que seria. Eu fui mal, não, eu fui péssima! Tudo deu errado. – ela soluçou baixinho com o final da frase em seu leve sotaque.
- Então melhore! – ele disse com uma expressão impaciente e deu um olhar para o seu bloco e o carvão antes de voltar a falar – Não chore como uma filhinha de papai esperando que os seus problemas se resolvam ao seu redor. Tem muita gente que daria a vida para estar no seu lugar, nessa escola, então mereça o seu lugar!
Ele saiu logo depois, provavelmente procurando um lugar para desenhar em paz, e ela não chegou a saber o nome dele. Lembrava-se de ficar sentada por um bom tempo, esquecendo completamente de chorar, os olhos chocados e a boca levemente aberta, como uma criança que levou um susto, e depois de se levantar e ir para a sala mais próxima e praticar até não conseguir mais. Disse a si mesma que faria isso mesmo se ele não tivesse falado nada, mas isso não era bem verdade. Ficou pensando sobre o que ela deveria ter falado para ele em vez de ficar olhando de boca aberta e garantiu que um dia deixaria claro: ela não era filhinha de papai, nem tinha conhecido o seu, e valorizava muito o que ela tinha naquele momento. | |
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